Thursday, March 27, 2008

Pequenez de espírito confrangedora


Aqui há umas semanas, e após namorar uns sapatos na montra de uma parafarmácia perto do local onde moro, decidi finalmente comprar os referidos sapatos, até porque estavam com 10% por cento de desconto (e mesmo assim eram caros). Quando calcei o sapato (que estava na montra) no pé direito fiquei felicíssima, servia-me que nem uma luva, ou o mais correcto será dizer, que nem uma meia. Pedi então o irmão gémeo esquerdino. Davam um andar perfeito, e isso era demasiado importante para esquivar-me a comprá-los. Felizmente, a minha satisfação levou-me a olhar para os dois pés, do alto do meu metro e setenta e cinco ainda um pouco instável devido ao acidente. Os sapatos eram ambos castanhos, é verdade, mas com tons completamente diferentes. Explico: o que tinha estado na montra, ao Sol, perdera a cor original, de tal forma que, eu (não sendo nada esquisita e consideravelmente distraída) reparei, assim como a senhora da parafarmáfia reparou e bem. Bom, vou resumir a coisa que só hoje teve um desfecho, previsto é certo, mas tão pouco inteligente que até dá dó. Nesse dia, a senhora falou com o patrão pelo telefone expondo-lhe a situação e para lhe perguntar se não haveria um outro par numa outra loja, onde ele estaria. Percebi que o homem do outro lado da linha ridicularizou o assunto, aposto que disse: essa é uma das esquisitas, ela que não olhe para os pés. Propus-me consultar um sapateiro para saber que solução dar àquela palidez parcial, e quanto isso me iria custar. Assim o fiz, entre 10 e 20 euros foi o que me responderam. Voltei, assim, à parafarmácia para dar essa informação e dizer que estava disposta a comprar os sapatos com um desconto, não de 10%, mas do valor aproximado do "bronzeamento". Tendo já tido a oportunidade de falar com o dito dono da parafarmácia, apostei íntimamente que a resposta dele seria não, certamente iria perferir ficar com os sapatos estragados (quem sabe conseguiria enganar a próxima...).


Adivinhe-se a resposta que hoje a envergonhada empregada me deu? ehehe... acho que nem vale o trabalho. Uma tristeza não é? Para além de que nunca mais comprarei nada naquela parafarmácia, a tacanhez incomoda-me e a esperteza saloia, tão característica deste meu povo, ainda mais.

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